quarta-feira, 7 de agosto de 2013

VOCÊ ESTÁ PREPARADO FINANCEIRAMENTE PARA TER UM FILHO?

Criança na loja de brinquedos - Foto: Getty Images

"Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos. Como sabê-lo?". Esse é o início do Poema Enjoadinho, de Vinicius de Morais, em que ele discorre sobre como os filhos dão trabalho, mas também muito prazer. Porém, entre todas as preocupações que as crianças trazem aos pais, uma delas não pode ser ignorada: os custos financeiros da questão!

E, sinto lhe informar, muitas vezes é uma verdadeira facada, desde antes de a criança sair da barriga da mãe, até os gastos com roupas, comida, dentro de casa. O pesquisador Adriano Maluf Amui, do INVENT (Instituto Nacional de

Vendas e Trade Marketing) decidiu colocar na ponta do lápis, levando em conta os valores de 2012. E percebeu que até os 23 anos de idade, os filhos podem gerar um gasto que ultrapassa 1 milhão de reais, no caso de famílias de classe B.

Mas é aí que começam alguns problemas, até mesmo emocionais. "Pais que fazem sacrifícios pesados para dar tudo aos filhos podem passar um sentimento de dívida a ele. É preciso ter cuidado e observar até onde os gastos são razoáveis, e nunca jogar isso em cima da criança", acredita a psicóloga Angélica Santos, especialista em Psicologia Clínica, Organizacional e do Trabalho, consultora da Libratta Finanças Pessoais e coautora do livro "Família, Afeto e Finanças" (Editora Gente).

Para não causar mal-estares psicológicos e financeiros na estrutura familiar, vale mesmo é se preparar com antecedência, já prevendo e se preparando para esses gastos. A partir das divisões feitas pela pesquisa de Adriano, conversamos com especialistas para descobrir como estar preparado e até minimizar todos esses custos. Se seu plano é ter uma criança, dê uma olhada nessas ideias!

Gastos pré-natais

Você já pensou em tudo novo que terá que comprar ao ter um bebê? Vale a pena colocar isso na ponta do lápis, até para planejar esse gasto. "Cada casal, dentro do seu orçamento, deve imaginar as despesas iniciais: arrumação do local na casa onde o bebê vai ficar, roupas, berço, alimentação e fraudas no começo, o que traz um custo elevado", enumera o especialista em economia doméstica Ricardo Teixeira, coordenador do MBA em Gestão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Depois de calculado, o jeito é já ir juntando antes mesmo do bebê nascer.

Vestuário

Quanto menor a criança, maior a dor no bolso com as roupas, pois elas as perdem mais rápido
Em geral, os bebês crescem e as usam pouco, e o valor chega a se equiparar ao de uma roupa de adulto. Nessas horas, os chás de bebê e presentes da família são uma salvação: muitas das roupinhas são dadas, o que economiza dinheiro aos pais. É preciso tomar cuidado também para não se empolgar na hora de fazer o enxoval, afinal são itens bonitos e tem um apelo emocional. Em vez de se embalar pelo sentimento, a dica é ficar de olho na qualidade. Eis um item importante, principalmente se outros filhos estão nos planos do casal. "Se uma roupa é boa, possivelmente pode ser usada na próxima gravidez, quando for bem cuidada", sublinha o consultor financeiro Ricardo Teixeira.

Educação

Eis o item que mais despende dinheiro dos pais - cerca de 365.900 reais de acordo com o estudo do INVENT - mas que é de suma importância para o futuro do filho. A dificuldade da escolha já começa quando os pais precisam voltar a trabalhar. Vale mais a pena deixar em uma creche ou com a babá? Para o desenvolvimento do bebê, a creche é melhor: "Na creche tem choro de outras crianças, ela será cuidada por vários funcionários. Após os três anos é que a socialização na escolinha se torna importante", explica a psicóloga Angélica Santos. Mas se é preciso também colocar na ponta do lápis. Nesse caso, Rogério Olegário lembra que além de pensar na mensalidade versus o salário da babá, é preciso pensar nos benefícios. "É importante considerar os custos indiretos, como vale transporte, alimentação, INSS e o fundo de garantia", assinala o consultor financeiro.

Mais tarde haverá também o custo da escola, que só aumenta a cada ano. Para isso, Rogério também tem uma boa estratégia: juntar o dinheiro e pagar o valor anual a vista, ganhando um desconto. "O ideal é que em cada ano já quitado, ele todo mês reserve o valor da mensalidade e poupe de alguma forma, assim no fim do ano ele já terá o valor para a próxima anuidade integral, e pode pedir uma redução no valor mais uma vez, guardando o valor que restará", ensina. O plano também é vantajoso para as escolas, já que garante que não haverá inadimplência ao longo do ano. 

Saúde e medicamentos

No estudo feito pelo INVENT, foram computados 78.800 reais gastos com a área de saúde. Apesar de um valor pequeno, esse é um item que não pode ser tirado do orçamento. E aí entra a questão: é melhor ter um plano de saúde ou atendimento particular? Com os valores dos convênios, pode parecer mais vantajoso mesmo pagar cada consulta, mas é preciso considerar todos os quadros. "Crianças arrumam uma série de surpresas para os pais e dão sustos na gente. Se for preciso de UTI, remoção, e outras emergências, ter um plano de saúde é muito mais barato", pondera Rogério Olegário.

Lazer e brinquedos

Juntamos nessa categoria os gastos com brinquedos e tecnologias e também com lazer (como cinema, teatro...). Fazendo a conta, os valores somados são de 131.400 reais. No primeiro caso, dos brinquedos, existe uma tênue linha do que é necessário e o que é apenas um agrado à criança. Por não serem itens de primeira necessidade, casais com rendas mais apertadas precisam ensinar ao filho que eles nem sempre poderão ser comprados de acordo com a sua vontade. "O ideal é conversar, explicar e comparar o valor do brinquedo com compras da casa, para a criança ter noção do que aquilo representa. Nunca diga que não tem o dinheiro, apenas que não há disponível para aquela compra, pois é preciso gastá-lo com itens para alimentação, por exemplo", ensina Angélica.

Casa e contas do dia a dia

Pode não parecer, mas uma pessoa a mais na casa traz gastos significativos. "Ao longo da vida esse aumento é expressivo. Por sorte os casais também melhoram de vida com o passar do tempo, e por conta disso o impacto é proporcionalmente menor, pelo desenvolvimento do casal", considera o consultor Ricardo Teixeira.

Na pesquisa realizada pelo INVENT, o valor chegou a 298.200 reais em 23 anos, o segundo item mais caro da lista, atrás apenas dos custos com educação. É preciso lembrar que é uma pessoa a mais para utilizar a luz, água e se alimentar com a casa. Nesse caso não há muito o que fazer, apenas medidas gerais de economia da família. 

Reserva financeira

Alguns pais gostam de deixar um dinheiro guardado também para o futuro dos filhos. Por isso, esse item também foi considerado na pesquisa feita por Adriano Amui, sendo o menor valor da lista: 28.800 reais. Nem todo o pai precisa fazer isso, porém. Para Rogério Olegário, vale mais a pena pensar primeiro na própria aposentadoria. "É preciso criar filhos independentes, mas o pai precisa ser independente também e reservar dinheiro para si. Se ele se endividar para garantir o futuro da criança, pode gerar um sentimento de dívida nela", acredita o consultor financeiro.

Mas tendo o seu próprio futuro garantido, às vezes vale a pena sim pensar então no do seu pequeno, como reforça Ricardo Texeira. "No meu ponto de vista, é preciso pensar no bem-estar de todos, mas o grande beneficio é o seguro que vem atrelado a esse tipo de plano para falta do pai ou mãe, que garante o pagamento de um determinado tipo de educação para a criança", pondera o especialista.


Gostou? click no link e dê os creditos merecidos à:http://www.minhavida.com.br/

 Plagiada do link: http://www.minhavida.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário